Forró de Vitrola pé de passagem

pedepassagem

De todos os lugares que Brasília escolheu pra ocupar nesse nosso movimento lindo, louco e espontâneo, talvez o meu preferido seja o escolhido pelo Forró de Vitrola: as passagens subterrâneas.

Uma paisagem tipicamente brasiliense, que só existe aqui. O sentido de interligação. Um ambiente lúdico, que surpreendeu muitos meus filhos em sua primeira visita: meio túnel, meio calçada, meio praça.

Mas principalmente eu amo as passagens porque elas falam de um estilo de vida: só as usa quem anda a pé. Se você nunca passou por uma passagem subterrânea de Brasília, desafiando o senso comum boboca de que elas são intransitáveis, vou te contar uma coisa: acho que você está passando tempo demais dentro do seu carro.

Grande oportunidade pra mudar isso acontece neste domingo. Quando o sol vai esfriando, a galera começa a chegar para ouvir o som pé de serra do Forró de Vitrola, diretamente dos vinis do Cacai Nunes. Os casaizinhos vão se formando, a galera se espalhando pelo gramado pra curtir, se despedir do findi e encontrar boas vibes pra começar a semana.

O Forró de Vitrola pede passagem. Ou pé de passagem.

Bora?
Forró de Vitrola – Pé de Passagem
Domingo, 14 de setembro
Das 16h às 20h
Passagem subterrânea 111/211 Norte
Entrada gratuita

Dica pós-jogo: overdose de forró e arraiá

forróO jogo começa cedo, então dá tempo de se estragar, se recuperar e se estragar de novo. Então, anote aí: amanhã à noite, vai ter um arrasta-pé dos bons no Setor de Mansões do Lago Norte. A festa Forró Sem Dó tem DJs padrão Luiz Gonzaga de qualidade – Tiago Pezão e Cacai Nunes – e a banda Chinelo de Couro, formada por quatro mulheres que tocam o melhor forró de todos: o pé de serra, de raiz, sem muita invenção tecnológica.

O pessoal promete ainda fogueira, quentão, barraca do amor, cadeia, quadrilha e comidas típicas. Os ingressos serão vendidos no local, a R$ 20, e fiquei sabendo que homem não paga nada até as 23 horas. É a primeira vez que vejo incentivo para homem entrar em festa e não o contrário, é isso mesmo Arnaldo?

Dormiu, acordou e está pronto para outra. Se não achar excesso de festa junina por metro quadrado, corre para o CCBB que vai ter arraiá, com Pedro Luís e Chico César cantando Jackson do Pandeiro e mais de 30 barraquinhas de comidas típicas. O incansável Cacai Nunes também vai estar lá, com seu projeto Forró de Vitrola.

As barraquinhas serão comandadas por restaurantes da cidade: Balaio Café, Universal Diner, Crepe Royale, 4Doze, Panelinha e vários outros. A notícia ruim é que, neste ano, o arraiá não é gratuito, mas, pelo menos, o ingresso é democrático: R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia. Você pode comprar antecipadamente na bilheteria do CCBB ou pela internet.

Bora?
Forró Sem Dó
Sábado, a partir das 20h, no Atelier Lourenço do Bem
SMLN MI 8, conjunto 2, casa 18
Ingresso no local: R$ 20 (homem entra de graça até as 23h)

O Brasil de Jackson do Pandeiro
Domingo (29), a partir das 16h, no CCBB
Show com Pedro Luís e Chico César – 20h30
Ingresso: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
Compra antecipada: bilheteria do CCBB e pela internet

Pedido formal de prorrogação

Querido São Pedro, eu já entendi. O calor abafado que nos abandonou de repente, esse cinza monotemático encobrindo o nascer do sol, as cigarras cada vez mais onipresentes… vai chover.

Pelo bem dos pulmões dos alérgicos e do gramado que virou palha, vou segurar minha onda e não vou reclamar muito. Mas tenho um último pedido: segura a SUA onda mais um pouquinho. Só mais esse final de semana. O que é um final de semana a mais ou a menos?

Vou te apresentar meus argumentos:

1. Limonada

Oquei, é um motivo consumista: uma feira de moda em pleno Sudoeste. E tem mais: a chuva talvez nem atrapalhe tanto. Mas é definitivamente menos agradável passear, flanar de um lado pro outro correndo o risco de se encharcar entre as barraquinhas. Essa feirinha é super legal – não vamos fazer dela uma sopa.

2. Festa do Festival de Cinema

O que será da nossa reputação diante dos artistas que vieram prestigiar o Festival, São Pedro? Ainda que a casa do Park Way onde rola o ContraPlano ofereça muito espaço coberto, aproveitar os jardins da festa seria definitivamente um charme a mais. Glamour e lama não combinam!

3. Forró de Vitrola

Achei essa a iniciativa mais bacana dos últimos tempos: uma festinha de forró ao cair da tarde, adivinha onde? Na passarela subterrânea da 111/211 Norte! Delícia de forrozinho de raiz, os casaizinhos se espalhando pelo gramado e curtindo o pôr-do-sol da seca… Pelo-amor-do-seu-chefe, não estraga tudo.

Depois de três meses de seca e as temperaturas altas dos últimos dias, a gente está mais que conformado – a gente está querendo a chuva. Mas… não dá pra esperar a segunda que vem?

Bora?
Com sol ou com chuva, os três eventos prometem.

Limonada
Feira com moda, arte, design, gastronomia e decoração
Sábado, 22 de setembro, 10h-19h
CLSW 302, bloco B, loja 60

ContraPlano
A festa não-oficial do Festival de Cinema
Sábado, 22 de setembro, a partir das 23h
Ingressos no ColorBar, na Praça de Alimentação do Festival de Cinema

Forró de Vitrola
Domingo, 23 de setembro, 16h-22h
Passagem subterrânea da 111/211 Norte
Entrada livre

Minha vida é andar por este país


Quando me perguntam de onde sou, costumo dizer que sou uma candanga de sangue piauiense. E como acontece em toda – ou quase toda – família nordestina, Luiz Gonzaga fez parte da trilha sonora da minha infância.

Minha vida é andar por este país, pra ver se um dia descanso feliz, e já imagino minha mãe puxando uma das filhas pra dançar forró na sala, em uma festinha de aniversário ou depois da ceia de Natal (sim, Gonzagão e Natal são totalmente compatíveis). Reza a lenda, inclusive, que minha música de ninar oficial era Samarica Parteira, um forró frenético e meio bizarro que me fazia dormir em dois segundos.

Como não existe música ruim desse poeta do sertão, é improvável que o evento do CCBB não valha a pena: 100 anos do Gonzagão, com shows até o dia 15 de julho e direção musical de Daniel Gonzaga, neto do próprio e filho do Gonzaguinha.

A festa começou neste domingo (24), com quadrilha e Moraes Moreira no palco ao ar livre, mas continua no teatro do CCBB. É uma boa mistura de gerações, de estilos e sotaques. Deve sair coisa boa quando juntar o pernambucano Otto e a turma do Casuarina, representante do samba da Lapa.

E pra quem tem um vínculo mais emotivo com Luiz Gonzaga, o último show tem um detalhe especial: três filhos do Gonzaguinha vão estar no palco. Daniel Gonzaga, Fernanda Gonzaga e Amora Perâ – essas duas fazem parte do grupo As Chicas.

Agora, é bom correr, porque os ingressos dos primeiros shows, com Chico César, já esgotaram. Os da segunda leva (Otto, Bebe Kramer e Casuarina) começaram a ser vendidos no domingo e devem acabar rápido. O teatro é pequeno e, além disso, o preço é camarada: R$ 6 a inteira.

Dias 29, 30/6 e 01/7
“Só deixo o meu cariri…”
Chico César (voz, violão), Marcelo Caldi (acordeon, piano) e Quinteto da Paraíba (quinteto de cordas: violino, 2 violas, cello e contra baixo)

Dias 6, 7 e 8/7
“A volta da Asa Branca”
Com Otto (voz), Bebe Kramer (acordeon) e Casuarina (violão, cavaquinho, pandeiro e voz, bandolim, tan tan e voz)

Dias 13, 14 e 15/7
“A Hora do Adeus”
Com Daniel Gonzaga (violão e voz) e As Chicas (voz, sanfona, contra baixo e bateria)

Bora?
CCBB
Bilheteria – terça a domingo, das 9h às 21h.
Ingressos: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia)
Tel. 3108-7600