Sobre danicronemberger

Jornalista, brasiliense, 37 anos.

Mudamos de endereço!

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Queridos leitores,

Em breve este site sairá do ar. A partir de hoje, funcionamos neste novo endereço: http://www.quadradobrasilia.com.br

Quem assina a nossa newsletter, não precisa se preocupar: continuará recebendo os nossos e-mails. Esperamos que vocês gostem da nossa nova casa! Construimos ela especialmente pra vocês. ❤

Beijo,
Dani e Carol

Resultado do sorteio (e uma despedida)

Gente, o sorteio da Feirinha do Quadrado bateu recordes de loucuras, figas e disputa. Era  muita coisa linda mesmo, e me causou um certo sofrimento porque quis sortear presente pra todo mundo que participou.
Eis o resultado dos sortudíssimos, que poderão pegar seus presentes na própria Feirinha: sábado (3/9), entre 15h e 21h, no Ernesto Café!

(PS: tem gente aí na lista que é minha amiga, quem me conhece sabe, mas eu juro de pé junto que o processo foi transparente e probo. Graças aos céus que não saiu nenhuma irmã minha, nem da Carol, se não ninguém ia acreditar na gente. Perdão, irmãs, mas torci um pouquinho só contra)

1. Deborah da Silva Achcar – azulejo Breno Rodrigues da Galeria Ponto
2. Lara Haje – vaso “I Will Survive” do Cobogó
3. Thaissa Albuquerque Aragão – 2 vinis do Marcondes&Co.
4. Gabriela Macpherson – ímã do Coletivo Transverso
5. Raquel (e-mail mraquelbd@…) – prato Célia Estrela
6. Sandro (e-mail sandroadc@…) – casaquinho da Bé Roupas Infantis
7. Dalila Cesarino – escapulário Thelma Aviani

Despedida!
É com muita emoção que anuncio: este foi o último post desta querida versão do blog. A partir de amanhã, vamos colocar no ar o novo Quadrado (frio na barriga), e esperamos que vocês gostem!

A gente vai sentir saudade dessa carinha do antigo, nos apegamos a ela. Mas estamos felizes com a mudança também: já passou da hora! Então é isso… A gente se encontra em outro endereço agora, mas só amanhã a gente te conta qual é. 😉  E sábado, comemoramos todos juntos! Já confirmou presença? Clica aqui ó.

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A Feirinha do Quadrado vai sortear coisas lindas pra vocês!

Faltam só 4 dias para a Feirinha do Quadrado, e a gente não sabe como vai sobreviver a esse LON-GO período.

Para aliviar a ansiedade, olha só a surpresa que preparamos pra vocês, nossos queridos leitores, que nunca nos deixaram falando sozinhas aqui: vai ter sorteio de produtos lindos, feitos por artistas que vão participar da Feirinha! ❤

Pra participar, basta comentar neste post (não vale comentar no post do facebook, tem que ser aqui dentro do Quadrado mesmo, tá?) e informar um e-mail de contato.

Serão sete sorteios. Colocando seu e-mail nos comentários, você participa de todos os sete! Só não vale ganhar duas vezes, né, aí o pessoal vai reclamar. Eu, por exemplo, queria muito colocar meu nome dez vezes para eu mesma sortear, mas não posso. #nãovaitergolpe

Olha as coisas lindas que esse pessoal está oferecendo pra vocês!

1.Galeria Ponto: Brasília ao cubo, azulejo em 21cmx30cm, do artista Breno Rodrigues.
A Galeria Ponto, como vocês já sabem, é uma das nossas referências em arte, em impressão em fine art, em exposições e cursos. E o Breno, autor dessa obra, é arquiteto e artista plástico que admiro muito, e que desde o início do Quadrado aparece por aqui.sorteio_Galeria

2. Cobogó Mercado de Objetos: Vaso “I will survive” (sem a plantinha)
A loja-café com a árvore mais bonita da cidade vai lançar, na Feirinha do Quadrado, os produtos de jardim Estúdio Cobogó, com vasos e ninhos de passarinho. Olha que coisa mais fofa do planeta, gente.
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3. Marcondes&co: 2 vinis (Sunshine of Your Love, de Ella Fitzgerald’s, e o duplo Dance Concerts California 1958, de Duke Ellington)
Esse sebo de discos é do fanático por vinil João Marcondes, que vende pela internet e pessoalmente, e ainda monta sets para o seu evento, festa ou loja. Bom gosto garantido!
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4. Coletivo Transverso: ímã “Pense nos Porquês” (tamanho A5)
Volta e meia dou de cara com uma frase do coletivo em alguma parede ou muro ou tesourinha da cidade, e sempre provoca alguma coisa em mim. É como poesia em pílulas, pra tirar a gente do lugar comum do nosso dia-a-dia.
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5. Célia Estrela: prato
Ela pinta à mão as louças mais lindas que conheço. São tantas estampas e todas tão especiais que é sofrido escolher.
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6. Bé Roupas Infantis: casaquinho de estrelas
Faz pouco tempo que a Bé apareceu aqui no Quadrado, mas a gente já é fã desde criancinha. Tudo é lindo e lúdico, haja fofura.

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7. Thelma Aviani
: escapulário de bandeirinhas (parecido com esse da foto, mas não igualzinho 🙂 )
Nossa joalheira do coração, faz peças em prata que estariam em todos os dedos e orelhas do meu corpo, se eu pudesse.
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RESULTADO: vamos divulgar na quinta-feira, aqui, neste mesmo batlocal. Os sorteados poderão buscar seus presentes na Feirinha do Quadrado: sábado, dia 3, no Ernesto Café, direto com os expositores. Saiba tudo sobre o evento clicando aqui.

Bora?
Feirinha do Quadrado
Lançamento no novo Quadrado Brasília
Sábado, 3/9, às 15h
No jardim Ernesto Café (115 sul)
Com show do The Green Folkie à tardinha

Com vocês, os expositores incríveis da Feirinha do Quadrado!

FEIRINHA

Gente, eu e Carol estamos morrendo de emoção com essa lista. O espaço é restrito, não dá pra levar todo mundo que a gente queria, mas a Feirinha do Quadrado vai reunir um pedaço importante do que a gente mais ama em Brasília. Vai ser uma celebração especial demais dos quatro anos de Quadrado, do início de uma nova etapa, mas principalmente: do talento de criativos, artistas, empreendedores, pessoas que dão cor a essa cidade, que nos enchem de orgulho e admiração.

Não vou enrolar, não. Aguenta, coração, que a lista tá linda demais. Mas não esquece! Dia 3 de setembro, sábado, no Ernesto Café, 15h. E com workshops bacaníssimos que estão com inscrições abertas!

Olha só quem vai estar lá:

* Galeria Ponto
Referência em impressão fine art, a Galeria Ponto é também conhecida por seus cursos e workshops e pelo fomento às artes. Sua curadoria de fotografias é excelente.

* Luda Lima
A ilustradora responsável pelas aquarelas que mexem com os nossos corações. O primeiro texto da Carol sobre ela diz tudo: somos fãs e babamos mesmo.

* Thelma Aviani
A designer de joias mais querida e talentosa do pedaço, é sempre um perigo para a minha conta bancária. Coisas lindas, sempre e sempre.

* Livros independentes
O selo Longe, do qual a Carol faz parte com seus dois livros infantis, e o Paúra, livro que escrevi com amigos sobre síndrome do pânico, estarão lá também.

* Marcondes&co
O João Marcondes leva pra gente seu sebo de discos, com uma seleção de música brasileira, jazz, rock, blues e raridades.

* Carota
O delivery de alimentos orgânicos leva sua feirinha de produtos. Comidinhas sem veneno, saudáveis e nutritivas pra você levar pra casa.

* Célia Estrela
As porcelanas da Célia, pintadas a mão, são objeto de desejo de qualquer ser humano normal. Ela também vai levar o livro “Um Brinde ao Encontro”, que apresenta decorações de mesa surpreendentes pra você se inspirar.

* Nazareth Pinheiro
Arquiteta e joalheira, ela arrebatou nosso coração com sua recente Linha de Cobogós: joias no formato de cobogós que existem em oito quadras residenciais de Brasília. Puro amor.

* Coletivo Transverso
Já era fã do Coletivo Transverso antes de saber quem eram os responsáveis pelas intervenções urbanas que alegravam o meu dia. As frases poéticas que deram fama ao coletivo vão estar lá, junto com esculturas em vidro da Patricia Bagniewski, integrante do grupo.

* Fulanitas de Tal
A gente já era fã dessa marca artesanal de sapatos, quando ainda funcionava em um pequeno ateliê. Hoje elas têm loja em shopping, e continuam fazendo coisas lindas.

* Helmet
Roupas e biquínis com personalidade, feitos por jovens brasilienses com mais personalidade ainda. Moda a partir de um modelo nada tradicional, e isso é o máximo.

* Cobogó Mercado de Objetos
Dispensa apresentações, eu sei. Mas o Cobogó, uma das lojas mais afetivas de Brasília, não podia estar de fora dessa feira. ❤

* Gurulino
O personagem criado pelo Pedro Sangeon está espalhado pela cidade, em muros, paredes, sempre com uma mensagem positiva e provocativa. Amamos você, Gurulino.

* Feira Dente
A feira de publicações independentes que acontece no Conic vai expor seus trabalhos na nossa feirinha, incluindo o coletivo Samba e as nossas queridas Quadradinhas, do Lucas Gehre.

* Bsb Memo
Eles começaram pequenininhos e agora têm loja própria, cheia de coisas lindas que homenageiam Brasília. Dá vontade de levar tudo.

* Quitanda Estúdio Galeria
O nosso querido Zé Maria Palmieri leva suas fotografias, que sempre revelam um olhar delicado de Brasília. Para a nossa alegria, o Zé vai vender também vinis raros e máquinas Polaroid antigas.

* Bé Roupas Infantis
Completamente apaixonante essa marca, que faz roupas para as crianças brincarem e se divertirem.

Aciole Félix
Há muito tempo que guardo o maior amor pelos móveis do Aciole Félix. Bancos, cadeiras e mesas com inspiração na arquitetura modernista: não tem como não amar.

* Viviane Kulczynski
As roupas da Viviane têm inspiração forte em Brasília, nos cobogós e seus recortes geométricos. A gente ama!

* Experimente Brasília
A Pati e a Tati formam a dupla por trás do Experimente, que movimenta a cidade com passeios, atividades e experiências muito bacanas, sempre inventando uma nova forma de explorar a cidade. Além de tudo, produzem roupas e objetos lindos de viver.

* Colina.design
Mais móveis lindos produzidos em Brasília e com a nossa cara. As linhas e os desenhos da cidade são inspiração declarada.

* Quero Melancia
As roupas são lindas e fofas, algumas com tecido estampado por carimbo, 100% feitas à mão.

A gente tem uma grande notícia: vem aí o novo Quadrado!

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Há quatro anos a gente começou essa linda história aqui. Um blog pra convidar as pessoas a fazer uma nova Brasília, a ocupar os espaços públicos, a descobrir e valorizar os nossos artistas e empreendedores. Criamos o Quadrado para alimentar, nos outros e em nós mesmas, um olhar mais curioso e generoso da cidade.

Nesse tempo, um monte de gente incrível passou por aqui. Para garimpar lugares bacanas e contar pra vocês, conhecemos um monte de gente que, em muitos casos, acabaram virando amigos queridos.

E quanto mais gente legal aparecia, mais foi crescendo na gente uma vontade de organizar melhor nosso espaço, dar lugar pra vocês indicarem seus achados também, ter um site mais bonito. Há pelo menos um ano estamos bolando a cara nova do Quadrado – e agora ele vai nascer.

Só que a gente não vai só lançar o site novo, não. A gente vai comemorar isso junto com vocês e com todo mundo que passou por aqui nesses quatro anos. Vai ser um encontro pra tirar o Quadrado dessa esfera virtual – até porque já estava passando da hora da gente se encontrar ao vivo, né?

É com muita emoção que a gente diz pra vocês: abram sua agenda aí e anotem, por favor! Dia 3 de setembro, sábado, 15h, no querido Ernesto Café.

A Feirinha do Quadrado vai representar o que a gente mais ama nessa cidade: arte, moda, literatura, design, gastronomia. Gente que cria, que produz, que batalha todo dia e nos oferece coisas lindas, resultado do que eles têm de melhor.

Vamos ter gente como Luda Lima, Cobogó Mercado de Objetos, Bsb Memo, Coletivo Transverso, Carota, Viviane Kulczynski, Marcondes & Co Discos, Thelma Aviani, Célia Estrela, Galeria Ponto, e vem mais por aí. Na página do evento, vamos avisando vocês a cada nova confirmação!

Além da feirinha, teremos workshops lindos com uma galera que nos enche de orgulho: Coma Lá em Casa vai ensinar uma receita pra você arrasar pros seus amigos, a Flô vai ensinar uma lindeza de arranjo floral e a Luda Lima vai dividir com a gente dicas de ilustração e aquarela. Mais informações em breve!

O dia vai terminar do jeito mais fofo do mundo, com o show do The Green Folkies, que já é amor antigo do Ernesto Café, no projeto Folk & Café à tardinha.

É isso aí: a feirinha com um pedaço do que tem de mais lindo em Brasília, o fim de tarde com um som e um astral incrível, e ainda por cima as delícias do Ernesto Café.

Leve sua canga, sua toalha de piquenique, e vamos nos esparramar no jardim. Dia 3 de setembro vocês são todos nossos.

Bora? Bora!!!
Feirinha do Quadrado
Lançamento do novo Quadrado Brasília, com música, feira e workshops
Sábado, 3 de setembro, no Ernesto Café (115 sul)
Das 15h às 21h
Confirme presença e saiba de tudo clicando aqui

Ceviche e o sentido da vida

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Faltava um restaurante peruano em Brasília que fosse igual aos melhores restaurantes que conheci em uma inesquecível viagem ao Peru: simples, tradicional, sem muito fru-fru, sem essa história de cozinha contemporânea e referências e degustações. Oremos Senhor, porque não falta mais.

O El Point Peruano, na QI 11 do Lago Sul, me fez mais feliz em saber que posso comer um ceviche perfeito e sem grandes pretensões. Sou fã também do Taypá, o peruano grã-fino da cidade, mas tem dia pra tudo nessa vida. E ultimamente meus dias estão mais peruanos de raiz do que peruanos cosmopolitas, sabe como é?

Vamos ao que interessa: o ceviche clássico é delícia, muito bem servido, como tudo na casa, e custa R$ 35. Dá pra passar a noite inteira só entre os ceviches e as causas, entradas típicas feitas com batata cozida e frango ou camarão.

Os pratos principais variam de R$ 35 a R$ 50 e, dependendo da quantidade de fome e de entradas, dá pra dividir tranquilamente. O risoto de frutos do mar que pedi na primeira vez é muito bom e enorme – pra mim, impossível de comer sozinha. O ají de galinha e o lomo saltado, que dividi da segunda vez, seguem o espírito da casa: simples e gostoso.

Na parede, um telão transmite uma seleção maravilhosamente brega de músicas latinas variadas. De Shakira a Gipsy Kings, passando por clássicos da música americana em versão de salsa, dá de tudo ali. É engraçado e, por razões desconhecidas, cai muito bem com pisco.

PS: Se você nunca foi ao Peru, por favor, vá assim que puder. Uma viagem com pisco, ceviche, Cordilheira dos Andes, peruanos e amigas hablando um portunhol terrível é algo que dá sentido à vida.

Bora?
El Point Peruano
Deck Sul – QI 11 do Lago Sul
Aberto todos os dias, das 11h30 às 23h30
Domingo – só até as 17h
Tel: (61) 3248-0197

Caio Prado abalô meu coração

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Outro dia confessei no face que, hoje, só sairia do meu confortável sofá para um show grande, desses de estádio, se a atração fosse George Michael ou Gloria Estefan (sim, sou brega). Cheguei a essa conclusão após intensa reflexão, e isso significa que: 1. Sou tão velha que acho que George ou Gloria ainda enche um estádio; e 2. Toda a minha playlist é feita por pessoas mortas ou na faixa dos 40 pra cima.

Essa preguiça com a descoberta de novos talentos é minha antiga conhecida. Enquanto meus amigos já sabiam na véspera que uma banda alternativa da Nova Zelândia estava prestes a se formar, eu ainda estava ouvindo pela 764ª vez a trilha sonora do Dirty Dancing (sim, sou brega) ou dançando minhas músicas preferidas – 80% cantadas por gente que não está mais entre nós.

Só que vez ou outra acontece um acontecimento realmente incrível: eu descubro, sempre muito atrasada, uma voz nova e me apaixono. Caio Prado. Já ouviu? Letra fortes, voz suave, tudo lindo e macio e potente. Veja esse vídeo aqui ó. Foi onde me apaixonei.

Caio se apresenta pela primeira vez em Brasília nesta sexta (22), na festa Abalô, no Outro Calaf. É festa pra dançar muito – com os DJs Sandro Biondo (Mimosa), Donna (Boombap) e Tutu Morais, de São Paulo. Mas é festa de palavras fortes também, de celebração da diversidade, que é o que estamos precisando, mais do que nunca.

Bora?
Abalô
Sexta (22), às 22h, no Outro Calaf
Ingressos: R$ 30 no pré-venda pelo site Sympla Evento no face: aqui

 

Ode ao glúten

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Texto – Lara Haje

Eu amo glúten. Macarrão, pizza e especialmente pão. E, desde que fui à França, tenho certeza de que pão faz bem, assim como queijo, café e vinho. É tanta gente magra comendo tranquilamente seu pão com queijo e bebendo seu vinho e seu café, que você duvida que aquilo possa fazer mal. Dizem que eles degustam tudo em quantidades absurdamente pequenas, mas esta é uma outra história.

De uma coisa eu tenho certeza: mal faz ingerir excesso de produtos industrializados. Mal fazem os aditivos químicos e conservantes contidos nos pães industrializados. Eu não gosto de comer nada que eu não sei o que é, como o conservador propionato de cálcio, presente entre os ingredientes da maior parte dos pães vendidos no supermercado.

Por isso, é com alegria que se assiste em Brasília a uma proliferação de padarias de pães artesanais. Isso significa ausência de conservantes e estabilizantes. Em muitos casos, também significa utilizar processo de fermentação natural – em vez de fermento biológico industrializado. Em outros, uma atenção com a qualidade da farinha de trigo.

No caso da Varanda – Pães Artesanais, na 215 Norte, significa essas três coisas juntas. A farinha de trigo utilizada é orgânica, derivada da agricultura familiar, com produção sustentável e livre de agrotóxicos. Que aconchegante: você come uma guloseima e ainda acha que está sendo saudável e ajudando o mundo.

Me chamou a atenção o pão de chocolate com laranja (delicioso, mil vezes delicioso) e o cinnamon roll, uma espécie de rosca de canela, comum nos Estados Unidos. Mas, diferentemente do cinnamon roll americano, o do Varanda é crocante. Como se fosse um croissant com filamentos de canela.

Lá também é possível encontrar diversos tipos de queijos de cabra da marca Kapra, produzidos em Sobradinho, e as fantásticas coalhada seca de queijo de cabra e geleia de tangerina com conhaque de O Realejo Brasserie, marca do chef Eduardo Sedelmeier.

Talvez cada uma das padarias artesanais da cidade tenha um produto que seja seu ponto forte. O pão de cereais e o pãozinho de sal da já tradicional La Boulangerie (306 Sul e 212 Norte), para mim, são imbatíveis. A La Panière (211 sul) tem uma baguete recheada com gorgonzola que é sensacional. No Ernesto Café (115 Sul), onde também há uma padaria com produção própria, gosto especialmente do pão de figo e nozes. No Daniel Briand (104 Norte) – que, assim como o Ernesto, é muito mais do que uma padaria – minha iguaria preferida é o croissant de amêndoas.

No Dylan Café (315 sul) – meio padaria, meio café – gosto de ir com calma no domingo para comer o enorme sanduíche de abobrinha e berinjela ou torradas com ovos e bacon. Na recém-aberta L’Amour du Pain (115 sul), me encantei com um tal de ruban, uma tira de massa de croissant com coberturas diversas: queijo gruyere com presunto cru, queijo de cabra com conserva de pimentão…  Outra padaria de pães artesanais na cidade é a La Boutique, na 413 Norte, mas esta  ainda não conheço bem a ponto de nomear um produto predileto. Vá lá e depois me conte.

Viva essa proliferação de padarias artesanais na cidade, viva o glúten e a alegria que ele traz para a gente!

(Foto: Ernesto Cafés Especiais)

Consuma Brasília

 

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Blusa Laletá e saia Quero Melancia: 100% Brasília

 

Texto – Lara Haje
Especial para o Quadrado

Talvez esteja acontecendo com muita gente o mesmo que comigo. Um movimento contínuo e repetitivo, assim: eu desanimo com tudo e perco a fé na humanidade, especialmente ao ler as notícias e mais ainda ao ler os comentários das pessoas nos sites de notícias, e aí acontece algo, normalmente na vida concreta, fora da internet – uma frase de um dos meus filhos, uma cena na rua, uma iniciativa bonita de alguém – que me faz voltar a ter esperança de que o mundo pode caminhar para melhor. Esse movimento-sentimento vem se repetindo, dia após dia.

Aconteceu, por exemplo, no dia em que eu conheci a Pop Up Store Natural de Brasília. Eu andava de carro pelo início da Asa Norte e pensava como a cidade está piorando em muitos aspectos. O Balaio Café, um espaço de promoção de artistas locais e ponto de encontro de gente descolada, fechou, assim como a Marti Discos, que, além de ter uma oferta de LPs incríveis, fazia uns eventos ao ar livre super aprazíveis, com música boa e gente interessante ocupando o gramado com suas cangas. Além disso, neste dia, como em tantos outros, as ruas estavam cheias, lotadas, de carros (inclusive o meu), e não era nem hora do rush, e continuavam vazias de gente.

“Que cidade careta, que capitalismo selvagem, quantos novos prédios espelhados horrorosos”,  pensei. Sim, estes são pensamentos que ainda passam pela cabeça de uma esquerdopata compulsiva, como eu, para plagiar o termo cunhado pelo colunista Gregório Duvivier.

Até que, na mesma tarde à toa, fui parar na Pop Up Store das meninas do Experimente Brasília e do Instituto Brasil de Economia Criativa, que até 9 de julho está sediada no Liberty Mall, antes de partir para outros shoppings da cidade. E, ufa, me lembrei instantaneamente, ao entrar na loja, de que Brasília também anda pra frente, e não só para trás. A loja temporária reúne peças de alguns dos melhores estilistas, designers e artistas da cidade. Tem roupas da Quero Melancia, Helmet e Laletá, por exemplo, peças de prata da Joana VP e jóias orgânicas (de borracha) sensacionais da Flavia Amadeu. Se não conhece estas designers, procure conhecer.

Resumindo: é o paraíso para pessoas como eu, loucas por moda, mas que não querem mais consumir frenética e inconscientemente produtos feitos por mão-de-obra quase escrava em países da Ásia (sim, nós, esquerdopatas compulsivos, pensamos nesse tipo de coisa). Eu quero saber quem faz os produtos que consumo e quero apoiar essas pessoas.

Já sei que todos os meus produtos eletrônicos são feitos da mesma maneira, por trabalhadores que também não têm direitos básicos respeitados, que vou continuar comprando um monte de coisas sem conhecer o processo de produção delas, blablablá. Mas quero mudar no que for possível mudar. OK? Pode ser? Eu, Lara Haje, 38 anos, há cerca de apenas um ano, não sou mais viciada em roupas da Zara e assim caminho, um passinho de cada vez.

Pois então: uma maneira muito fácil de apoiar esta “gente que faz” da cidade é justamente comprando delas. Brasília não vai ter seus designers, estilistas, artistas de todo o tipo, se a gente não fizer a opção consciente, a cada vez que for comprar algo, de escolher um produto local. Para Brasília não ser só funcionalismo público, política, prédios espelhados, carros e também respirar arte e criação – enfim, para ter um pouco de beleza contrapondo-se à dureza – é necessária a colaboração de todos.

Lá no Liberty Mall mesmo, logo atrás da Pop Up Store Natural de Brasília, tem outra loja recheada de estilistas locais, o Coletivo Cria Brasília, e, em frente a ela, a Fulanitas de Tal, com sapatos legitimamente brasilienses. Na Apoena , na 403 Norte, tem roupas de linho e peças bordadas lindíssimas. Se precisar comprar um presente, passe na BSB Memo, na 303 Norte, no Cobogó, na 704 Norte, ou na Fundação Athos Bulcão, na 404 Sul. Estas são apenas algumas das opções – que não faltam, garanto. Pesquise e faça sua pequena, pequeníssima parte.

A beleza nos momentos de horror

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As notícias dos últimos dias me fizeram lembrar de A Porta do Inferno, de Rodin, que pude ver duas vezes em Paris. E chorei nas duas vezes.

Rodin levou quase 30 anos trabalhando nessa escultura monumental, com mais de 200 figuras inspiradas na Divina Comédia, de Dante, e nunca conseguiu terminá-la. Talvez porque o inferno nunca pare de nos surpreender. É impossível alcançar todas as suas possibilidades.

Ler as notícias que nos chegam pela internet de repente me levou àquela porta. Parecemos estar vivendo petrificados, dentro de um espiral de desespero, dor e desencanto, como as 200 personagens de Rodin, todas presas a uma estrutura sólida.

Chorei em frente a essa porta, mas não foi de horror. Foi a capacidade humana de extrair beleza dos piores e mais dolorosos sentimentos que me impactou ali, de pé. A beleza que extraímos dos momentos de horror. É importante prestar atenção nela.

Porque essa montanha de notícias deploráveis pode ter efeitos na gente que não contribuem com a tomada de ação. Ninguém consegue reagir soterrado por uma sensação de tamanha desesperança: se o inferno é tudo o que há, o que podemos fazer?

É importante lembrar, em momentos assim, que existe uma vida, um mundo, para além das notícias que chegam a nós. Não para fugir de uma realidade amarga, mas como forma de se fortalecer para agir. Um corpo completamente tomado pelo horror não se levanta.

Enquanto 33 homens abjetos violentam uma adolescente de 16 anos, milhares de mulheres gritam contra eles e sentem, dentro de si, a dor dessa menina. Somos muitas, somos muitos.

Para cada pastor e/ou parlamentar que se utiliza do discurso de ódio e do sofrimento de pessoas para ganhar dinheiro e poder, existem muitos que lutam por um país mais justo e humano. Somos muitos.

Enquanto a nossa política nos enche de repulsa, é importante lembrar: somos muitos. “A desesperança desmobiliza”, disse a deputada Erundina a uma amiga, e dessa frase nunca esqueci. Recorro a ela nos piores momentos.

Bora?
Luta contra o estupro – Caminhada das flores
Domingo, 29, às 10 horas, saindo do Museu da República e indo até a estátua da Justiça, na Praça dos Três Poderes.
Leve a sua flor.
Evento no facebook: aqui